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Se encarada como uma forma natural de estar e de viver a vida, esta introdução à Naturopatia inspira o olhar reflexivo diante de nós próprios. Quem somos e o que precisamos melhorar? Como nos relacionamos? O que fazemos por nós? O que fazemos pelas nossas relações? Como estamos no âmbito familiar, profissional, religioso?

Mudar implica assumirmos responsabilidade sobre as nossas vidas.
 
O que quero? Acredito em mim? O que tenho de bom? Tenho/Dou tempo para mim?
Neste artigo procuro elucidar os leitores sobre o que é a Naturopatia, também conhecida como Naturologia, Naturoterapia, Medicina Natural, Alternativa, Complementar ou ainda Holística.
 
Situando no tempo, esta ciência nasceu no século XIX estabelecendo suas práticas e teorias no século XX. Estuda métodos naturais antigos, tradicionais e modernos de cuidado. Mergulha no passado e recria-se em tempos mais recentes, estabelecendo pontes entre a antiguidade e a atualidade, entre o saber cultural e o erudito. Tem como princípio a capacidade intrínseca do corpo à autorregulação, com o objetivo de promover, manter e recuperar a saúde; esse objetivo é alcançado através da estimulação e suporte à energia que é inerente ao corpo, para a melhoria da qualidade de vida, harmonia e equilíbrio do ser humano com o meio ambiente e com a sociedade em que vive. 
 
É uma ciência multidisciplinar que utiliza um conjunto de recursos para a prevenção e tratamento: como as plantas medicinais e essências de flores (Floral de Bach), a água, o sol, as cores e luzes, as massagens (Shiatsu, Tuina), até o aconselhamento, a orientação para uma alimentação saudável, a importância das atividades físicas, qualidade de sono, entre outras, utilizadas e adaptadas às características e necessidades específicas de cada indivíduo. 
 
Para além de natural, os tratamentos têm em conta a saúde bioquímica, que está ligada aos alimentos e líquidos que, uma vez ingeridos, podem afetar a saúde positiva ou negativamente; a saúde estrutural, como por exemplo, uma má postura e um sistema músculo-esquelético debilitado podem prejudicar o sistema nervoso e alguns órgãos internos; e a saúde emocional, o stress, a ansiedade, e todas as outras emoções que são vivenciadas no dia a dia e que afetam diretamente o organismo. A interação com o que está a nossa volta e com o que está dentro de nós, condiciona nosso comportamento perante os outros e nós próprios, sendo este conjunto responsável por gerar a dualidade equilíbrio/desequilíbrio no dia a dia. 
 
O nosso organismo possui uma força vital curativa capaz de recuperar-se de várias afecções, de autoequilibrar-se (chamamos a isto “homeostase”); sendo a saúde um estado físico, mental e emocional harmonioso e não a simples ausência de dor e/ou de doença. Os sintomas, portanto, aparecem pela necessidade que o organismo tem de autorregular-se e são manifestações que nos mostram o nosso processo e capacidade natural de cura. Então, ao apresentar sintomas, o organismo está a libertar-se das toxinas nocivas e a voltar ao seu estado naturalmente saudável. 
 
Responsável por identificar a origem destes desequilíbrios causadores das patologias, perceber e analisar as necessidades individuais e orientar a utilização dos tratamentos complementares mais adequados a cada pessoa, o Naturopata é um profissional da área da saúde que atua como um educador. Trabalha pela evolução do Ser Humano, no sentido do seu desenvolvimento pessoal, e porque não espiritual, através do autoconhecimento, da propriocepção, das suas relações com o próximo e com o meio em que vive, responsabilizando cada indivíduo frente a sua saúde, respeitando o tempo de cada um, a fim de resguardar a integridade física e psicológica, bem como manter a interação com os profissionais de saúde para promover o bem-estar e a qualidade de vida de forma integral e multidiciplinar. 
 
NATUROPATIA como ESTILO DE VIDA 
 
Se encarada como uma forma natural de estar e de viver a vida, esta introdução à Naturopatia inspira o olhar reflexivo diante de nós próprios. Quem somos e o que precisamos melhorar? Como nos relacionamos? O que fazemos por nós? O que fazemos pelas nossas relações? Como estamos com a família, com o trabalho, com a nossa relação com Deus? 
 
Mudar implica assumirmos responsabilidade sobre as nossas vidas. O que quero? Acredito em mim? Tenho tempo para mim? Dou tempo a mim próprio? 
 
No mundo de hoje, no ritmo acelerado em que a informação acontece, difícil é parar um momento no nosso dia para refletir sobre estas questões. A proposta aqui e nas consultas é desenvolver e ampliar a autoreflexão e perceber o que falta para atingir bem estar físico, mental, emocional e por consequência, uma vida com mais qualidade. Estas são perguntas que incitam a tomada de consciência e são apenas algumas chaves para o autoconhecimento e para a transformação começar a acontecer. 
 
Como são os meus hábitos de vida? Me alimento bem, mas não sacio a minha fome; durmo bem, mas sinto sono uma parte do meu dia ou ainda, tenho estado com insónia; caminho todos os dias, mas é indo e vindo do trabalho; meu intestino funciona bem, dia sim, dia não; bebo água em chás, refrigerantes, no café; Nos tempos livres durmo, ou aproveito para colocar o trabalho em dia. 
 
Reviu-se em alguma destas situações? A reflexão aqui está para alguns pontos de autocuidado, que na prática clínica são comuns e importantes de serem revistos, se o objetivo for alcançar um estilo de vida mais equilibrado e saudável. 
 
Acredito que todas as áreas alternativas e complementares à medicina alopata têm de ser desmistificadas e as suas informações divulgadas, a fim de contribuir para a credibilização, de forma que sejam cada vez mais acessíveis, ao cidadão comum e não só por quem já faz parte deste universo. 
 
Compreendendo que a medicina é uma só, vale então pensar que existe lógica integrar os conhecimentos, da medicina convencional e da medicina não convencional, no sistema nacional de saúde pública, assim como já acontece em outros países, para o benefício de todos. 
 
O ponto de convergência é comum a todos: a consciência sobre nós próprios! 
 
Isis Carvalho Gonçalves
(Naturopata)
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